sexta-feira, 20 de maio de 2011

Ridge Racer 64 (N64) - 8,3

    A física de um jogo é essencial para a fidelidade com a realidade. Ao ser mal feita, ela pode prejudicar uma série de pontos cruciais em um título, como controles e, por conseqüência, a diversão. Isso foi uma das principais críticas ao título Big Rigs: Over the Road Racing, que permitia que o jogador não perder a velocidade até mesmo ao subir paredes de 90 graus de inclinação.
    Ridge Racer 64 possui uma dessas falhas. A física do jogo é deficiente: nos primeiros segundos de corrida, o jogador sente que o carro parece estar colado no chão. A situação piora quando ele é obrigado a fazer as inevitáveis curvas, tendo que praticamente reduzir para a primeira marcha para evitar colidir com a parede, enquanto os adversários o fazem em altíssima velocidade. O cúmulo da injustiça.
    Outro problema é a carência de carros licenciados ou que pelos menos copie o desenho de algum já existente. Mas, o que se vê são automóveis com pinturas com desenhos de Pac-Man e Galaga, jogos produzidos pela NAMCO, que faz RR64. A opção de alterar cores não é nada comparada a impossibilidade de alterar as características do motor, dos pneus ou do aerofólio. E levando em conta que o rival da época era o Gran Turismo 2, a fidelidade passa longe nestes aspectos.
    Por outro lado, vejo divertida a maneira de conquistar carros e pistas novas neste título, a partir do que você evolui em corridas convencionais. Isso é bastante interessante. Mas, novamente, encontramos um ponto falho em RR64, onde boa parte da lista de circuitos são na verdade cópias das anteriores só que com maior dificuldade. Isso torna o jogo monótono e muito repetitivo.
    A qualidade gráfica é razoável, levando em consideração a qualidade dos jogos de corrida para Nintendo 64. Os carros parecem grandes pedaços de plástico com um brilho único. Os cenários de fundo das pistas foram bem trabalhados, e os circuitos urbanos são bastante belos visualmente.
    Com relação a sonoridade, o jogo faz um razoável trabalho. Algumas músicas são agradáveis aos ouvidos, o som dos carros e dos pneus não é tão ruim assim, e o locutor é bem superior a mulher irritante que faz a locução em Ridge Racer 7. Aqui, vale destacar o remix das músicas de Pac-Man e Galaga, um bom trabalho.
    Os controles, como dito, refletem a péssima engine e física do jogo. Curvas são complicadas pela baixa resposta do automóvel ao seu comando. Bater é imprescindível com este fraco controle, que, terrivelmente, só é fácil de ser usado durante o menu principal.
    Em final de contas, Ridge Racer 64 não é um grande jogo, mas vale uma tentativa. Mas, se você está em busca de títulos de corrida para Nintendo 64 que reflitam melhor a realidade das pistas, considere busca Test Drive: Overdrive ou Automobili Lamborghini. Apesar de terem suas deficientes, são falham grotescamente na física, tornando a experiência agradável. RR64 será divertido só se você for fã da série. Nada mais.



Porque vale a pena: O sistema de progresso no jogo é bem interessante.
Porque não vale a pena: A física é péssima, que se tornou marca registrada da série.

Notas:
Controles: 8,0
Gráficos: 8,0
Som: 9,0
Licenças: 8,0
Diversão: 8,5

Nota final: 8,3 (bom)

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