domingo, 24 de abril de 2011

E.T. (Atari 2600) - 3,9

   Ao perguntarmos a qualquer gamer que entenda bem de videogames qual é o melhor jogo da história, ele ficará alguns segundos pensativo, e responderá desde um sonoro "não sei" até um grande lista de bons - e não tão bons - títulos para várias plataformas. Mas, se prontamente perguntarmos qual é o pior jogo da história, fora a opinião dela, ele poderá citar E.T.
    E.T. foi um jogo lançado para Atari 2600 em 1983, que tinha grandes chances de sequer ter saído do high concept: cinco semanas para terminar, com uma equipe composta apenas por uma pessoa (apesar de que isso era comum) e um console com poucas possibilidades para grandiosas ideias. Além disso, o jogo foi reprovado pessoalmente pelo diretor do filme, Steven Spielberg. Era uma tragédia anunciada.
    O jogador controla E.T., que tem como objetivo buscar pedaços de um telefone espalhados no cenário do jogo. Ao longo do caminho, o protagonista deverá escapar de médicos e agentes do FBI que tentarão o capturar, e de buracos - o maior problema do jogo. Ao recolher todas as peças, o alienígena realiza sua ligação e deverá retornar ao local de onde começou para voltar a sua terra.
    Este jogo não seria de todo mal se não fosse os já falados buracos. Por estarem mau dispostos ao longo do cenário, o jogador facilmente cairá nestas armadilhas, e isso por várias vezes, e terá que gastar mais seis segundos saindo - se não caindo novamente, logo após ter saído. Isso atrasa o jogo. Torna ele muito irritante. Este buraco estará ali, e dará frações de segundo para evitá-lo.
    Outro péssimo ponto é a qualidade gráfica. A cidade possui apenas três prédios: dois casas e uma representação de alguma arquitetura grega. A floresta é nada mais do que uma combinação de verde claro e escuro, e os malditos buracos são na verdade grandes borrões com jaggies sangrentos aos olhos. Sei das limitações do "vovô dos videogames" Atari 2600, mas, River Raid ou H.E.R.O. tinham algo visualmente mais agradável. Ponto curioso: o desenho do protagonista na tela de início gastou quase todo o espaço do cartucho de 2KB, resultando nisso que estamos vendo.
    O tema de abertura do jogo emula o tema do filme, no entanto, com apenas três notas - veja por exemplo o primeiro James Bond, do mesmo console, que representava bem o clássico tema do espião. O som do alienígena caindo no buraco é, com certeza, o mais traumático da história dos videogames - geralmente precedido de "de novo?" e de algum palavrão.
    Controlar o heroi não é complicado, mas, se você quiser fazer que E.T. ande um pouco mais rápido, o que é bastante aceitável, prepare-se para cair várias vezes nestes buracos, sem possibilidade de desviar destes. Outra péssima característica com relação à controles fica por conta de ter que guiar o simpático personagem no lado externo do buraco. Se mal feito, você retornará para seu interior, pontos serão perdidos, sua paciência se esgotará.
     Em linhas gerais, E.T. foi uma boa ideia em um jogo muito ruim. E não digo isso porque estou sempre ligado aos jogos atuais, e vejo os gráficos antigos como feios. Pelo contrário, acho que esta foi a forma para os jogos que temos hoje. Olhando para eles, os desenvolvedores de jogos veem (ou deveriam ver) o que deu certo e o que deu errado. Mas, se para você, qualquer jogo de Atari ou Colecovision, seja ele um Keystone Keypers ou E.T., é ruim, você deveria aprender a ver os jogos não pelo visual, mas sim pelo que ele diverte, ou divertiu. E este, nesta parte, fracassou.

VEJA NOSSO VÍDEO DE GAMEPLAY NO YOUTUBE:

PS: A primeira música, com temática de circo, foi usada intencionalmente.
Porque vale a pena: ... (Spielberg deve ter pensado o mesmo)
Porque não vale a pena: Por tudo.

Notas:
Controles: 2,0
Gráficos: 5,5
Som: 6,0
Ideia: 6,0
Diversão: 0,0

Nota final: 3,9 (um verdadeiro fiasco!)

Os Piores Jogos da História retornarão... infelizmente.

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