sexta-feira, 1 de julho de 2011

Link: The Faces of Evil (CD-i) – 8,1

    A Nintendo buscou criar uma unidade de disco para a Super Nintendo, como a SEGA fez para seu Mega Drive, portanto, contratou a Philips para participar da co-produção do equipamento. Descontente com o resultado, a gigante japonesa negou o aparelho, mas o contrato seguia vigorando, permitindo que a Philips usasse as franquias da Nintendo, como Mario e The Legend of Zelda. Portanto, a empresa holandesa decidiu lançar um videogame que reproduzisse CDs, a partir do que eles tinham feito para a Nintendo. Surge o CD-i, um videogame que, conforme a propaganda dele, possuia “incríveis gráficos, incríveis sons, incríveis escolhas...”
    No entanto, o que se vê é um verdadeiro pastelão, principalmente com as séries mais famosas, com controles, animações e sons ruins. Nossa pequena passagem por este nada-comum console começa com a análise de Link: The Faces of Evil, um jogo que reutiliza a franquia The Legend of Zelda da Nintendo. A história é a mesma: salvar a Princesa Zelda das mãos de Ganon, derrotar suas forças terríveis e se tornar o herói de Koridai.
    Mas, para tudo isso ser contado, o jogador deve “engolir” cenas (ou cutscenes) in-game que são patéticas. Em uma análise profunda, este jogo traz o aspecto “RPG” da série, para escutar o que os outros falam e usar como dica. Mas, as frases poderiam ter sido bem melhor escritas, como, ao término do jogo, Link grita “eu venci”, que, convenhamos, não é a melhor frase a ser dita.
    As cenas, por sua vez, parecem confusas. No final, Link aparece com um sorriso largo e apaixonado olhando para... Gwonam. Sim, a Princesa, por qual Link espera ter seu amor correspondido, estava do outro lado, mas ele está com os olhos diretamente no senhor. Falhas assim são comuns. Neste jogo, é claro.
   O visual não é ruim, principalmente o desenho dos personagens nas cutscenes, que relembra os áureos tempos das animações dos anos 90. Para ser sincero, Link parece mais o que foi desenhado nos manuais de The Legend of Zelda, para o NES, do que o programa de televisão de mesmo nome, feito em 1989. Mas, durante o jogo, o trabalho não parece tão bom. Um destaque negativo fica por conta das animações (elas, outra vez), como aquela feita com o vendedor, em que tem como o fundo o próprio cenário, onde Link caminha. Sem contar que elas assustam de vez em quando.
    A dublagem é razoável, mas destaque para a voz do protagonista, que soa mais jovial do que sua versão no desenho animado da DiC. Mas, os outros personagens não possuem uma sonoridade compatível. As músicas são um ponto nada positivo neste jogo, parecendo repetitivas e, em algumas delas, impossíveis de acreditar que sejam realmente trilhas sonoras – pasmem. O som é regular, por outro lado.
    E agora o pior ponto do jogo (pensou que já tinha acabado?): os controles. Se Link se encontra no meio de quatro inimigos, prepare-se para apanhar muito e provavelmente perder o jogo. A Philips se esqueceu da clássica “temporária invencibilidade”, que ocorre quando o protagonista é atingido e ele fica piscando por alguns segundos garantindo sua integridade até que se recupere. Se diminui a realidade pode até ser, mas imagino que é muito mais terrível ficar encurralado, comum na série, sem chances concretas de escapar.
    Relacionado as sprites de Link, muitas coisas foram esquecidas. Detalhes importantes. Por exemplo, para conversar com alguém, o jogador deve acertar a espada na barriga, costas ou nas partes íntimas do interlocutor para iniciar o diálogo. E isso não é nenhuma piada, é verdade. Um destaque negativo fica para a falta de equilíbrio na dificuldade, sendo que inimigos comuns durante o jogo são mais ofensivos que o próprio Ganon no último combate – que, para detê-lo, bastante será apenas um golpe. E eu que achava que sete golpes no Robotnik era pouco...
    Em suma, Link: The Faces of Evil é um jogo regular. É claro que A Link to the Past é bem superior, levando em conta que os dois foram lançados praticamente na mesma época. Se tirarmos os controles ruins, as animações infantis e a história manjada, haverá pontos a serem destacados, mas poucos. Se este é um dos piores títulos da série, há duas coisas que confortam os seus proprietários: está no Top 10 de melhores do CD-i (!) e os outros dois são piores ainda. Se você é fã de The Legend of Zelda, prepare-se para um pesadelo.
    “Mas meu garoto, esta paz é o que todos os verdadeiros guerreiros lutam por”... mais motivacional que Tio Sam!


Porque vale a pena: Bons gráficos e dublagem
Porque não vale a pena: Controle terrível!

Notas:
Controles: 7,5
Gráficos: 8,5
Som: 8,5
Enredo: 8,0
Diversão: 8,0

Nota final: 8,1 (bom)

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