Após revolucionar o Nintendo 64 e os gêneros de platformers, com Banjo-Kazooie, Conker’s Bad Fur Day e Donkey Kong 64, e de FPS, com Goldeneye e Perfect Dark, a Rareware portou um de seus hits para o Game Boy Color. O título foi a franquia Perfect Dark. O resultado não foi diferente: eles ousaram e revolucionaram outra vez, apesar de que o fez com menos brilho.
Todos nós sabemos das limitações do portátil da Nintendo. A maior capacidade de um cartucho deste console era apenas 4MB, a mesma deste título, algo bastante inferior se compararmos com os 32MB gastos para as missões de Joanna Dark no Nintendo 64. Sem contar a ausência de um processador 3D, e ter a presença da limitadora “paleta de cores”, presentes nos consoles clássicos. Não é de se esperar muito.
Um bom exemplo disso é The World is Not Enough, título produzido pela Electronic Arts, tido como bom pela crítica em suas versões para Nintendo 64 e Playstation, teve uma versão maçante para o portátil. Apesar de que a Rareware já tinha feito um incrível trabalho portando Donkey Kong Country, visto como o melhor visual para o Super Nintendo, para o GBC, sem muita diferença gráfica, mas era difícil de acreditar que a empresa repetiria o feito, ainda mais com um título em 3D.
Perfect Dark para GBC, apesar de usar o mesmo título da versão do Nintendo 64, não é um port, por mais que apresente a mesma idéia, foi lançada três meses depois. A história se passa um ano antes da versão para N64, onde Joanna Dark estava fazendo testes para ingressar no Carrington Institute. Neste período, o jogador controla a aprendiz no treinamento da agente. Após passar o teste, Jo é enviada a sua primeira missão, muitas destas fazem “sala” para a versão do N64.
O ângulo de visão padrão é o chamado “birds-eye view”, ou “visão de pássaro”, onde a câmera se posiciona no ponto superior. No entanto, durante o jogo, o ângulo varia muito, mudando para primeira pessoa durante os testes de tiro ao alvo ou quando faz a função de um francoatirador, visualizando os inimigos a partir da mira telescópica, e também com a câmera fixa nas costas para derrotar os chefões.
É claro que detalhes específicos serão tratados mais adiante, mas é impressionante a qualidade sonora do título. O título conta até com dublagem – pasmem, dublagem no Game Boy Color – e sons de arma realistas. Outro ponto a ser elogiado é a atmosfera, que traz a sensação de estar em uma missão arriscada. Sem contar a propaganda do jogo, uma das mais criativas e bem feitas sobre o GBC (veja aqui).
Controle: 8,5
Apesar de parecer simples no começo, pressionando B para atirar nos adversários e A para carregar quando a munição acaba, os controles vão ficando progressivamente mais dificultosos. Em chefes, os esquemas de botões invertem completamente, ficando até desconfortáveis para jogar.
Gráficos: 8,0
Diferentemente da versão para Nintendo 64, Perfect Dark não apresenta visuais esplendorosos. Apesar dos corpos serem bem detalhados quando analisados de perto para recolher balas, por exemplo, vemos cenários repetitivos e os rostos dos protagonistas terrivelmente desenhados. No entanto, vale destacar o sangue quando um adversário é alvejado e a qualidade da direção de algumas cutscenes.
Som: 9,0
Surpreendentemente, este jogo de Game Boy Color tem dublagem e sons de armas gravados. No entanto, o som é muito baixo, e para entender diálogos, terá que ler ou colocar seu ouvido dentro do portátil. E, para piorar, o som das músicas e do rádio cai “como uma bomba” nos ouvidos. É excelente, mas a Rare poderia ter projetado melhor isso.
História: 9,0
Como já dito, a história se passa um ano antes da versão para Nintendo 64, e mostra a bela Joanna Dark nos seus primeiros dias do Instituto Carrington.
Diversão: 9,0
A diversão, obviamente, não é igual aquela vista no Nintendo 64. Mas pode entreter por certo, tanto pela qualidade visual quando pela fluência de jogo. O título exige um pouco do jogador, mas nada que algumas horas de prática não o faça.
Nota Final: 8,7 (bom)
Pode até parecer pouco comparado aos outros dois jogos da série (sim, considero Perfect Dark Zero do Xbox 360 um bom jogo), mas este jogo é tremendo, e recomendado para todos os verdadeiros fãs da efêmera série e de bons jogos da ação.
Porque vale a pena: Grande história e jogo, com momentos intensos, difíceis de acreditar que são de um Game Boy Color.
Porque não vale a pena: O som dos diálogos e das armas é baixíssimo, mas as músicas caem como uma bomba no seu ouvido.
Ficha Técnica:
Nome: Perfect Dark
Empresa: Rareware (ING)
Publicadora: Rareware (ING)
Gênero: Ação
Plataformas: Game Boy Color